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sexta-feira, 30 de março de 2012

London, London

Dizem que Nova Iorque é a cidade que nunca dorme e é bem verdade... Em qualquer hora do dia ou da noite é possível encontrar um bom restaurante que sirva entrada, prato principal e sobremesa.

Não que eu tenha comprovado isso, mas foi o que um simpático taxista, daqueles que parecem um armário de tão grande, me disse quando eu voltava do aeroporto depois de saber que meu voo tinha sido cancelado. Foi um longo caminho porque ele desviou da rota pra me mostrar o Bronx e o Harlem, o que certamente resultou numa das experiências mais incríveis por que já passei!

O ano era 2000. O World Trade Center ainda existia, eu ainda não sabia exatamente o que queria fazer na vida e nem sonhava em trabalhar em TV - mas o fascínio das aulas de fotografia do terceiro ano da faculdade me indicavam que esse seria um bom caminho a ser seguido.

A viagem era um presente do meu primeiro namorado, que havia se mudado pra lá. Minha realidade era outra, meus sonhos eram outros, meus conceitos a respeito de tudo, eram completamente diferentes...

O que nunca tinham me falado é que, diferentemente de Nova Iorque, Londres é a cidade onde tudo acontece.

Conhecê-la era um sonho antigo, uma semente que estava plantada na minha cabeça desde os meus 15 anos de idade - e que eu demorei outros 17 pra concretizar! Sim, eu tô velhinha... tenho 32 anos e pela primeira vez, pisei no Velho Continente.

Minha mãe vive dizendo que as coisas tem uma hora certa pra acontecer. Eu, que sou super ansiosa, sempre me irrito quando escuto esse batido discurso. Mas tenho que admitir que - como quase sempre - ela tem razão.

Londres é mesmo um lugar pra visitar com as ideias maduras, o olhar apurado, o bom gosto que a cidade tem e apresenta a cada esquina.

Mas, pra mim, Londres foi principalmente um lugar de encontros e reencontros. O encontro com tudo aquilo que eu achava belo nas fotografias e livros. O reencontro com antigas paisagens, a descoberta de uma incrível amizade, a deliciosa surpresa de viver um romance de outono.

Caetano Veloso cantou em London, London e concordo com ele: é completamente possível estar numa cidade gigantesca, multiracial e cruzar as ruas sem medo porque todo mundo parece deixar o caminho livre.

É possível respirar o ar gelado que vem do Tâmisa e, mesmo sofrendo com a temperatura abaixo de 10ºC, se sentir totalmente "em casa".

É possível simpatizar instantaneamente com algumas pessoas e passar horas com elas como se fossem velhas conhecidas. Brindar com um bom Merlot para espantar o frio em pleno ponto de ônibus. Assistir ao show perfeito no lugar perfeito. Comer o melhor Quarteirão com Queijo do mundo!

Dividir todas as emoções com os melhores companheiros de viagem que o Universo poderia oferecer.

Chorar e rir ao mesmo tempo e se sentir extremamente feliz e realizada de estar ali vivendo tudo aquilo, com o fruto do próprio esforço e da autosuficiência.

Ao contrário do Caetano, meus olhos não procuraram discos voadores no céu. Mas viram estrelas brilhantes em cada lugar que passei...

E se Londres é mesmo a cidade onde tudo acontece que, quando voltar, eu possa encontrar muito mais!