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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Autotomia

Não, eu não entendo nada de biologia.

Mas outro dia, um desses amigos virtuais que as redes sociais nos dão de presente, fez uma analogia (e eu adoro analogias) sobre a lagartixa - foi assim que me lembrei desse termo aí de cima.

Disse ele: "Você se decepcionaria profundamente com as lagartixas, se pensasse nelas como jacarés! Mas eu concordo que se fossem pelo menos calangos, já estaríamos satisfeitos...".

Não é que é verdade?

Às vezes criamos tanta expectativa em relação a alguma coisa que quando enxergamos a realidade nos decepcionamos de tal maneira que fica difícil acreditar que um dia tivemos sexto sentido.

E por muitas vezes a decepção é tanta que, como diz a letra de How can you mend a broken heart (nessa lindíssima versão com Al Green e Joss Stone), remendar um coração partido parece tão impossível quanto impedir a chuva de cair ou o sol de brilhar...

Num dos episódios que eu mais amei de "Grey´s Anatomy", a personagem principal diz o seguinte: "Perder um amor é como perder um órgão. É como morrer. A única diferença é que a morte acaba. Isto, pode durar para sempre…".

Minha mãe costuma dizer que pra tudo na vida se dá um jeito. Ela que me desculpe, mas acho que o Al Green e a Meredith Grey têm mais razão.

Não seria mais fácil se pudéssemos simplesmente nos livrar daquilo nos causa dor? Chegar numa loja e falar pro vendedor: "olha o meu coração não aguenta mais outra desilusão, então... será que você pode me trazer um novo?"

E aí voltamos às lagartixas!

Elas bem podem parecer seres insignificantes e até decepcionar muita gente. Mas no fundo são criaturas que admiro por um bom motivo!

Assim como outros poucos animais, elas têm a autotomia: a capacidade de desprender uma parte do corpo que mais tarde conseguirá se regenerar.

No caso delas é só passar por uma situação de risco que o rabinho fica pra trás... e pouco depois, um novinho em folha começa a aparecer.

Que inveja! Quem dera que nós humanos - tão mais evoluídos cientificamente - pudéssemos usar a mesma autotomia pra regenerar nossos corações.

Quem dera tivéssemos pelo menos a capacidade de juntar os pedaços dele depois de cada decepção.

Eu que já passei por muitas, aparentemente, ando perdendo a minha...