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quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Fábula sobre a vida na selva

Na natureza é assim: não importa o quão manso pareça o leão, ele será sempre o rei dos animais, aquele que manda e desmanda no grupo como bem entender.

Pode ser penoso para aqueles que têm que conviver com isso, já que todos são muito diferentes... Cada um tem uma qualidade especial. Há aqueles que têm mais força, agilidade, inteligência ou senso para trabalhar em equipe... Alguns se destacam por sua importância em relação aos demais, outros pelo tamanho do bico.

Se todos estão sob o comando de um "rei", sobreviver na selva é quase como ter que matar um leão por dia - afinal, a realidade ali pode ser bem cruel: se dão bem os mais fortes e melhor relacionados, enquanto os mais fracos têm que dar duro para não serem devorados...

Ao passo que plantas e frutos crescem quase que imperceptivelmente, no cotidiano do mundo animal é um corre corre danado, cobra querendo engolir cobra... Exatamente como o ritmo acelerado da Dança do Sabre, do armeno Aram Khachaturian.

Mas apesar de selvagem, a floresta também é um lugar de beleza e por vezes, calmaria.... Dependendo da época, muitos animais entram num estágio de hibernação. Ficam tranquilos, tranquilos... pelo menos até a próxima temporada de tormentas.

Há espécies que parecem competir para se elegerem as mais belas - embora formosas borboletas às vezes se esqueçam que um dia já foram desengonçadas lagartas.

Além do mais, nem tudo é o que parece ser ... haja visto que plantas carnívoras atraem suas vítimas com uma postura plácida e confiável e jacarés na água ficam à espreita somente aguardando uma boa oportunidade de dar o bote.

Como qualquer outro lugar, a selva também poderia ser diferente. Se fosse ideal para todos, teria mais macaquinhos que não ouvem, não falam e não vêem, do que hienas que estão sempre a rir para os demais - seja por compartilhar suas alegrias ou por estarem se deliciando com as intempéries do dia a dia.

Com tantas as dificuldades de convivência, é bom saber que nesse meio existem também beija-flores... aqueles que estão sempre dispostos a ajudar seus semelhantes e, como diz outra fábula, fazem sua parte durante o incêndio.

Pode ser que gestos nobres como carregar gota a gota a água que parece ter o poder salvar toda a floresta não signifique nada para alguns animais... muito menos para o todo poderoso leão...

Mas no momento difícil, uma pequena ajuda dos beija-flores pode ganhar a dimensão de um elefante para quem está ao seu redor como o aflito colibri, que por pouco não se queima junto aos outros na fogueira.

Moral da história: se o incêndio não apaga, não tem problema! No final dá tudo certo e quem se salva ainda pode procurar outra floresta...