Minha mãe sempre me diz que é preciso ter fé... que a fé move montanhas, que dias melhores virão e todo esse papo que as pessoas otimistas costumam ter na ponta da língua.
Eu, honestamente, não tenho muita certeza se consigo me encaixar nesse tipo de pessoa. Sou observadora e apesar de toda a minha miopia (corrigida graças a uma bem sucedida cirurgia) sempre enxerguei satisfatoriamente as coisas. Por isso, vejo com muito pesar o quanto pessoas de caráter duvidoso têm sucesso, alcançam posições elevadas e mantém relacionamentos aparentemente saudáveis (mesmo que seja apenas nas redes sociais).
Vivemos cercados de hipocrisia, de injustiças, de pessoas com o ego infinitamente maior do que o cérebro e o egoísmo infinitamente maior do que o coração.
Lidamos com todo tipo de pessoa - é verdade - mas contamos nos dedos aquelas que realmente têm bons princípios, valores respeitáveis e qualidades admiráveis. Cabem em uma mão os que merecem consideração porque tratam a todos como iguais. Os que nos fazem acreditar que nem tudo nesse mundo virou motivo de deboche para quem está em outra esfera.
Talvez seja verdade que o inferno é aqui. Se prestarmos atenção, veremos que temos provas dessa teoria diariamente.
Foi-se o tempo em que os sentimentos dos próximos tinham valor. Em que éramos tratados como humanos e não como máquinas. Tempo em que os bons tinham reconhecimento e não só a sensação de quem não fizeram mais do que a obrigação.
Ser um bom filho, um bom amigo, um bom profissional está cada vez mais complicado, principalmente porque pouca gente se importa com aquilo que Jesus pregou como a grande missão dos homens aqui na Terra: "amai-vos uns aos outros assim como eu vos amei". Infelizmente estamos mais acostumados a ver outra passagem da Bíblia, a que cita os lobos em pele de cordeiro.
Não que eu seja muito religiosa, nem estou aqui pra falar disso. Mas acredito que todos precisamos nos apegar a uma força maior que nos ajude a continuar nosso caminho. E confesso que anda difícil manter a fé nos dias de hoje.
Talvez falte amor, talvez falte respeito, talvez falte sensibilidade (daquelas que só tem quem se emociona ao ouvir o Noturno em Mi bemol maior, Opus 9, nº 2, de Chopin).
Talvez falte muito mais do que eu possa imaginar e talvez seja essa nossa missão. Superar as adversidades sem deixar morrer aquilo que está entre nossos bens mais preciosos: a vontade de viver e vencer...
É uma solução? Acho que não... mas é uma boa tentativa.
Seja bem-vindo!
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4 comentários:
Lindamente sensatas suas palavras. Você e sua dissertação sempre impecável ein. Bjs. Renier
Nossa...vc e seus textos maravilhosossss..me fez pensar mto viu, na vida...REFLEXâo Forte
obrigado por vc existir continue sempre assim linda e mto inteligente. Bjss
Achei que só eu fosse um ponto fora da curva nesse mundo cheio de valores invertidos.
Bom saber que não.
Belo texto Patrícia, e a música então... especial.
Parabéns!
Legal Patrícia, vou divulgar em meus grupos de discussão.
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