Não adianta fugir! O destino vive a aprontar...
Não importa quantos planos fazemos, quantas metas traçamos... é ele quem dita as regras! E por mais que tentemos nos fazer "de amigos", ele não cede às pressões, nem às chantagens emocionais... Simplesmente continua com planos mirabolantes para atingir seu principal objetivo: nos surpreender!...
E como é bom nessa arte!
Pra mim o destino sempre se personifica como um garoto travesso.
Fico imaginando-o como uma variação do Puck, personagem mítico de Shakespeare em "Sonho de uma Noite de Verão", que - atrapalhado que é - arma a maior confusão na floresta, fazendo casais se apaixonarem pelos pares errados (e que na trilha do filme, ganhou o lacrimante Intermezzo da ópera "Cavalleria Rusticana", de Pietro Mascagni)...
Mocinho cheio de graça, se diverte do começo ao fim da história assistindo, de camarote, os encontros e desencontros dos pobres mortais...
A verdade é que aqui no mundo real as surpresas - boas ou más - também estão sempre a surgir no nosso caminho, e é justamente a habilidade de contornar esses inesperados elementos que nos faz crescer e adquirir a tão sonhada maturidade.
Mas apesar de acreditar em tudo isso, enquanto levo minha vida (que não é assim tão mágica quanto a fábula de Shakespeare), ainda me surpreendo com algumas dessas traquinagens do destino...
Principalmente quando a travessura não é recheada só de doces surpresas, e vem também, com efeito colateral...
É mais ou menos assim: a maioria das pessoas tem uma tendência exagerada de achar que tudo na vida tem uma razão de ser. Com isso, perdemos um tempo danado tentando achar explicações desnecessárias.
Quando a coisa caminha pra um final infeliz, nos lamentamos bastante e no meio dos questionamentos, um dia nos conformamos: "vai ver não era mesmo pra ser", "talvez aquela não fosse a melhor escolha"...
E é aí que ele entra mais uma vez em ação!
Fazendo da ironia a sua melhor qualidade, o destino nos prega uma nova peça e, ao invés de aceitarmos aquele "veredicto final" que nos foi imposto, simplesmente temos a reação contrária.
Sem maiores explicações, somos atingidos por uma súbita vontade de rever o processo afim de achar uma nova alternativa para o enfadonho desfecho.
Haverá quem pense que esse estranho "efeito" tem a ver com possíveis egos feridos, mas assim como nas fábulas que tanto encantam, prefiro acreditar que às vezes o menininho de orelhas pontudas e sorriso maroto também brinca a nosso favor...
É dele o vento que sopra e faz com que aquela chama - até então - fadada a se extinguir, se torne uma pequena labareda que, aos poucos, estará aquecendo nosso coração...
Dizem que a gente só dá valor pra uma coisa quando a perde... Que bom que nem sempre isso é necessário!
Graças a esses caprichos ardilosos do destino, a simples idéia de encerrar um ciclo que mal começou já é suficiente pra nos fazer perceber o quanto aquilo é importante pra gente, o quanto vale tentar traçar um novo caminho para chegar à meta.
Se às vezes é preciso abandonar as roupas velhas que já têm a forma do nosso corpo, por vezes também é preciso manter peças que podemos abraçar com força a todo momento, para lembrar o quanto aquele perfume impregnado na trama é querido (e faz falta)...
Traçar caminhos pode ser muito importante, mas aprender que não temos o poder de controlar nossos passos porque nem sempre são eles que nos levam a algum lugar, pode ser ainda mais valioso...
Afinal, quantas vezes acertamos ao seguir o que manda o coração?
Penso que na verdade, o destino está aí para nos divertir...
Afinal, a vida seria mesmo muito sem graça se não tivéssemos chuva nas noites de verão, sol de primavera no inverno e sentimentos que surgem do nada, pra nos fazer perder o eixo...
Quer saber, destino? Até que suas travessuras são simpáticas... mesmo quando têm efeito colateral! E se ainda me surpreendo com elas, é porque tenho muito a aprender...
É, garoto! Pode ficar rindo por aí! Divirta-se brincando com o meu futuro...
Um dia ainda te pego!
E aí, tenha certeza: quem ri por último, ri melhor!
Seja bem-vindo!
Toda postagem tem um link de acesso à música a que me refiro, é só clicar. Assim você desfruta do texto acompanhado da trilha... Curta o momento!
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4 comentários:
Muito lindas suas palavras !
Linda , linda , linda ...
Comentar o q?
Um anjo falando sobre outro!!!
Bjão linda!!!
Rilke dizia que o destino não vem a nós, ele emerge de nós.
No entanto, If I could tell you...
Time will say nothing but I told you so,
Time only knows the price we have to pay;
If I could tell you I would let you know.
If we should weep when clowns put on their show,
If we should stumble when musicians play,
Time will say nothing but I told you so.
There are no fortunes to be told, although,
Because I love you more than I can say,
If I could tell you I would let you know.
The winds must come from somewhere when they blow,
There must be reasons why the leaves decay;
Time will say nothing but I told you so.
Perhaps the roses really want to grow,
The vision seriously intends to stay;
If I could tell you I would let you know.
Suppose all the lions get up and go,
And all the brooks and soldiers run away;
Will Time say nothing but I told you so?
If I could tell you I would let you know.
-- Auden, 1940.
Acabo de obter a prova de uma tese minha contestada por muitos...
BELEZA E INTELIGÊNCIA PODEM SIM, ANDAR JUNTAS!!!
Parabéns Patricia, você é a máxima aspiração de uma alma feminina que nem meus mais românticos devaneios me permitiriam vislumbrar...
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