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sábado, 13 de setembro de 2008

Antes da primavera chegar

Existe um tempinho que antecede grandes mudanças que tem como característica, além da expectativa, a ociosidade.

Acontece com as flores, antes da primavera chegar, e também com as lagartas, enquanto aguardam para virar borboletas.

Mas sobretudo acontece conosco, pessoas comuns que talvez nem terão uma tão colorida metamorfose, mas que ainda assim, anseiam por mudanças.

Há algum tempo tentei postar um texto intitulado "mudar é preciso"...
Primeiro não consegui achar uma trilha adequada... depois parei porque simplesmente não saía...

Acho que, principalmente, por eu não ter certeza se a máxima era mesmo verdadeira: mudar é preciso?
E se for, devemos mudar o quê? A partir de onde?

É certo que o novo quase sempre apavora... temos medo de nos arrepender das escolhas ao deixar de lado tudo o que era cômodo e aparentemente agradável.

Mas por que isso acontece? Não somos mutáveis, não sabemos nos adaptar às mais diferentes influências do meio?!

Bom... deveríamos...

O problema é que às vezes ficamos tão mergulhados no ócio da espera, achando que o que queremos pode cair do céu, que esquecemos o principal... o que muita gente diz, mas poucos aplicam: as mudanças realmente têm que vir de dentro...

Como diz a letra de Todo Cambia, de Mercedez Sosa, tudo muda... mudamos nossos gostos, as maneiras de pensar, mudamos até os nossos rumos...

Agora posso dizer: mudar é preciso sim!

Enquanto a primavera não chega, temos que olhar para o lado e ver as coisas de outra forma, freqüentar novos lugares, experimentar novos sabores...

Incluir uma atividade diferente na rotina, gastar dinheiro com aquela coisa que há tempos estamos namorando (como tenho amado meu notebook!)...

É preciso fazer coisas simples como deixar de lado o rock dos anos 80 e ouvir mais Alceu Valença e Ben Harper... mudar a cor do batom, comprar um tênis novo - vai que ele te leva pra um caminho diferente?

É preciso encarar as possibilidades de se ter o novo, como algo que não está tão distante, que não é impossível de alcançar e que pode - sim - ser benéfico...
É preciso lembrar o quanto é bom aceitar um desafio, o quanto nos faz crescer.

Concordo com a Mercedez... só não devemos mudar nossa essência, nem as nossas origens... aquilo que fez e nos faz ser o que somos... o que não sabemos fazer diferente: nossa maneira de amar, por exemplo - olha que já tentei e felizmente, não me arrependo de não ter conseguido...

Ironicamente, foi numa dessas olhadas pro lado que encontrei os dizeres mais adequados do mundo pra esse momento (incrível como alguns homens sabem realmente escolher as palavras)...

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas... Que já têm a forma do nosso corpo...
E esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares...
É o tempo da travessia... E se não ousarmos fazê-la...
Teremos ficado... para sempre... À margem de nós mesmos..."
Fernando Pessoa

2 comentários:

Vitor Oliveira disse...

Muito motivador. Adoro a forma como a Patricia expõe as suas idéias. Ao tentar o novo, nós não mudamos....nós nos aperfeiçoamos, se errar no rumo tomado é experiência do mesmo jeito e faz parte da transformação. Somos seres brutos para serem lapidados. Bjos Patricia

Serginho disse...

Não sei que trilha seria a nossa agora... Talvez um violino desafinado, uma canção triste, de saudade... Assim como um vento cortante, que traz apertos no peito, cascatas aos olhos, e as folhas balançando numa solidão glacial... Seria uma canção sem nome, ácida, dolorida? Não não foram assim nossas trilhas e nem serão nunca. Nos sabemos, e sabemos que nem um nem outro desafinaria por tão pouco... Saudades!!!
"Tango for Evora" para vc!
Bjo!
Amo!