Essa carta mostra um jovem corajoso, vestido apenas com peles de animal, executando uma espécie de acrobacia à beira de um precipício... Seus olhos estão voltados para o romper do dia, onde o sol começa a despontar por entre as montanhas. À sua volta, apenas uma paisagem desolada e árida. À esquerda, oculta pelas sombras da noite que acaba de terminar, vê-se a entrada de uma caverna, de onde o rapaz acaba de sair...".
Sempre gostei de coisas místicas, tudo que tenta explicar o que está entre o céu e a terra.
Talvez por isso tenha finalmente começado a ler um livro que ganhei da minha tia há tempos: O Tarot Mitológico, no qual se explica cada carta usada no oráculo - como é o caso dessa aí de cima, O Louco.
Analisando a figura e seu significado, lembrei de uma cena do filme Cidade dos Anjos, um dos meus preferidos.
Assim como O Louco, o anjo Seth também tem à sua frente um precipício, que no filme pode dar fim à sua condição celestial para que ele finalmente possa viver e dar asas ao seu amor por uma mortal.
E como não poderia deixar de ser, acompanhando tudo isso está a belíssima trilha: Uninvited, da Alanis Morissette, que por si só já merecia destaque, mas que tem na letra, versos que se encaixam perfeitamente nessa minha reflexão.
Entre anjos, deuses e situações não-permitidas, me pergunto: o que difere uma pessoa de outra quando se fala em coragem?
O que nos impulsiona a dar um passo à frente ainda que o destino pareça um abismo totalmente desconhecido, cheio de dúvidas e temores?
Em quantos precipícios temos que nos atirar até que encontremos um vale florido que compense a queda, ou que cansemos de nos machucar?
Cada pessoa tem um limite próprio quando quer e se permite arriscar. Algumas pessoas têm mais, outras menos, mas é justamente esse limite que faz toda a diferença...
Concordo que muitas vezes, trocar o certo pelo incerto pode ser perigoso e decepcionante, mas só tem essa certeza quem ousa e escolhe uma opção.
Segundo o livro, O Louco é uma figura ambivalente, pois não existe garantia, no início de cada viagem, de chegarmos a salvo, ou mesmo de chegarmos ao fim dela... porém, "não começar a viagem é negar o deus que habita dentro de nós...".
E isso é bem explicado pelo livre-arbítrio, o poder máximo concedido a nós humanos. Fazemos nossas próprias escolhas, escolhemos nossos próprios caminhos.
Embora já tenha tomado alguns tombos e ainda esteja em dúvida quanto à dar um passo à frente, para aliviar meus temores em relação aos precipícios que me cercam, prefiro seguir o exemplo do filme.
Quando Seth se depara com a realidade totalmente inesperada do infortúnio destino de sua amada, um outro anjo lhe pergunta: "se soubesse que isso iria acontecer, teria feito mesmo assim?".
Segundo o livro, O Louco é uma figura ambivalente, pois não existe garantia, no início de cada viagem, de chegarmos a salvo, ou mesmo de chegarmos ao fim dela... porém, "não começar a viagem é negar o deus que habita dentro de nós...".
E isso é bem explicado pelo livre-arbítrio, o poder máximo concedido a nós humanos. Fazemos nossas próprias escolhas, escolhemos nossos próprios caminhos.
Embora já tenha tomado alguns tombos e ainda esteja em dúvida quanto à dar um passo à frente, para aliviar meus temores em relação aos precipícios que me cercam, prefiro seguir o exemplo do filme.
Quando Seth se depara com a realidade totalmente inesperada do infortúnio destino de sua amada, um outro anjo lhe pergunta: "se soubesse que isso iria acontecer, teria feito mesmo assim?".
Certo de sua escolha, ele responde: "eu preferia por uma vez ter sentido o cheiro dos cabelos dela, dado um beijo em sua boca, tocado a sua mão, a passar uma eternidade sem fazê-lo."
E alguém ousaria chamá-lo de louco por isso?
E alguém ousaria chamá-lo de louco por isso?
2 comentários:
Olá, moça linda!
Já estava com saudade das suas postagens sempre muito bem elaboradas.
Pode ser da natureza humana a dúvida...
Pode ser da humana natureza a
certeza...
Oscilando entre uma e outra,
seguiremos sempre a velejar;
Afinal, em alguns mares
as ondas são, por vezes, dúvidas.
Enquanto que, da única certeza,
temos em percepção, a profundidade.
Patrícia, dúvidas e certezas;
Nada mais "Humano, Demasiado Humano"!
Obrigado por dividir as tuas reflexões!
bjs do teu fã
Julio Silva
As vezes olho para vc e muitas dúvidas me cercam...onde será que vc está? De quem será esse coraçãozinho? Como é que eu faço para encontrá-la? (mas onde foi que eu não procurei ainda?)Por que será que até aqui eu fui um desafortunado em não ter talvez cruzado o seu caminho, ou vc o meu? E, principalmente: PORQUE VC TANTO ME ENCANTA ?? Sabe, queria ser tudo quanto vc já escreveu até aqui, a curiosidade que desponta; a música quemexe com vc; uma pessoa que lhe encanta; alguém que liga no meio da madrugada, e até mesmo "o louco". Tudo isso que vc escreve, mas tudo mesmo, eu leio com profunda admiração e, devo confessar, uma certa angústia. Angústia, por saber que vc está aí fora, existe, tão perto mas não sei onde. Muitas vezes saio, na rua é incrível e automático, procurar vc em algum lugar. Porque não encontro? Realmente não sei. Apenas gostaria de um dia, poder ao menos vê-la, olhar bem para vc e poder dizer o quanto eu a admiro. E, como vc mesma mencionou, eu preferia por uma vez poder sentir vc perto e poder dizer-lhe tudo isso, a passar uma eternidade sem fazê-lo ... alguém me chamaria de louco por isso?
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