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sexta-feira, 29 de abril de 2011

Apostas erradas

Há quem diga que pra se alcançar sucesso em algum setor da vida é preciso ter - entre vários fatores - sorte.

Talvez porque eu sempre tive que me esforçar muito para conseguir o que queria - e por vezes até achar, "egoistamente", que meu caminho era mais longo que o de outras pessoas, eu não consigo me lembrar de nenhuma situação em que usei a expressão "Que sorte..." no início de uma frase.

Pelo contrário. Infelizmente, nos momentos em que a vida se apresentou como um jogo, eu fui campeã em fazer apostas erradas!

Isso porque - infelizmente também - nenhum amigo, amor ou parente está livre de nos causar uma desilusão daquelas que dizem que não matam, mas ensinam a (sobre)viver como se tivéssemos um punhal profundamente cravado no peito.

Basta criar um pequenino vínculo afetivo que seja, e entregamos à sorte nossa sentença: a passagem daquela pessoa na sua vida fará de você um vencedor ou um azarão?

É certo que só o tempo pode responder, mas às vezes tenho a impressão de que é justamente aquele amigo com quem você divide mais de um setor da sua vida que vai trair a sua confiança (e você vai descobrir isso da pior maneira possível).

É aquela pessoa que você achava que podia contar sempre, que deixará transparecer que não está tão disponível assim pra você.

E principalmente, são aqueles a quem você mais demora para entregar seus sentimentos que um dia dirão "adeus" sem apresentar um único bom motivo...

É aí então que entra o grande castigo de todos os jogadores: a teimosia. Ninguém pára enquanto não consegue ganhar.

Assim, perdemos dias, meses e até anos confiando o que temos de melhor em infelizes criaturas que parecem ter vindo ao mundo sem o mínimo de sensibilidade. Apostamos todas as nossas fichas e assistimos o crupiê recolher junto à elas os cacos que sobraram do nosso coração.

Aí atribuímos à sorte - ou à falta dela - a culpa por aquela jogada infeliz. Depois passamos dias, meses e anos na esperança de que "ela" possa finalmente aparecer... e decidimos encarar um novo giro da roleta. "Será que dessa vez vai dar certo?".

Em Por Una Cabeza, Carlos Gardel e o brasileiro Alfredo Le Pera* eternizaram a história do homem viciado em mulheres e corridas de cavalos que prefere perder sua fortuna a ser esquecido pela amada - não é à toa que o tango faz tanto sucesso... Quem poderia discordar?

Veja bem, não estou querendo dizer que a sorte ande sempre longe de mim. Não é isso...

Já fui muito feliz em jogadas de menor valor, mas também perdi muito (muito mesmo) em palpites errados, e até hoje, desconheço fato ou personagem que possa me provar que apostar todas as preciosas fichas num único objetivo realmente valha a pena.

Se alguém puder, é só se manifestar.

Por enquanto continuo achando mais fácil aprender os passos do tango do que acreditar que isso seja realmente possível...

* Versão original: http://www.youtube.com/watch?feature=youtube_gdata_player&v=EPzLcU9l8As

2 comentários:

Anônimo disse...

Já perdi muitos amigos, já apareceram tantas pessoas ruins que detonaram minha auto estima, que me trairam, que queimaram meus sonhos e feriram meu coração, mas e daí, tiveram pessoas que me fizeram chorar de rir, me fizeram sonhar, me afagaram a mente e o coração. Vale a pena apostar, para mim vale, se eu não apostasse em ninguém não teria a sorte, isso mesmo a sorte de ter bons amigos, poucos mas bons amigos, se não tivesse apostado não teria tido dias de chuva bem acompanhado, não teria finais de semana engraçados e divertidos, ficaria lá sentado no meu quarto sem viver e sem ter o que fazer. Jogamos pra vencer, senão jogamos a derrota é iminente. Música tempos assim sempre se repetem http://www.youtube.com/watch?v=mVm8jPBhmMU

Anônimo disse...

Não acredito em “sorte” ou “azar”, acredito em atitudes, ação e reação.

Ação: se você quer alguma coisa, corra atrás, lute por isso, pois nada cai do céu, quer dizer, só a chuva, e às vezes algum avião. Não espere que alguém faça algo por você, pois certamente, não o fará. A verdade é que a única pessoa com quem você pode contar é com você mesmo.

Reação: para tudo que fazemos há uma reação, que pode ser uma coisa boa ou ruim, isso vai depender do que você fez e como fez. Se receber algo de bom, não é sorte, você fez por merecer. Se receber algo de ruim, não é azar, você fez por merecer.

Pessoas sempre vão nos causar desilusões, não importa se é um parente, um amigo, ou aquela pessoa que você julgava ser a pessoa mais importante de sua vida. Afinal, são seres humanos, e têm suas limitações e imperfeições.

Ninguém está imune, é bem como você disse: “Basta criar um pequenino vínculo afetivo que seja, e entregamos à sorte nossa sentença”. Só não concordo que entregamos à sorte, pois quando criamos este “pequeno vínculo”, já sabemos qual será o desfecho final, que é inevitável.

Eu nunca aposto, o que faço é analisar a situação, ver quais são as chances de sucesso e de fracasso, piso apenas onde haja chão firme.

Já fui amigo de verdade, do tipo que está disponível 24 horas para qualquer tipo de situação, alguém com quem o suposto amigo(a) poderia contar sempre, que quando precisasse de um porto seguro para atracar, saberia que eu estaria lá à espera, disposto a ajudar. Mas parece que isso nunca é o suficiente. Não pense que estou tentando parecer “legal” aos seus olhos, eu simplesmente era assim, quando me entregava, sempre o fazia de corpo e alma, nunca soube me entregar pela metade.

Perdi completamente a fé nas pessoas, não acredito mais em amizades verdadeiras, nem em amores verdadeiros, prefiro viver isolado em meu mundo particular, pois aqui, não há desilusão.

Posso estar dizendo besteira, mas senti uma certa frustração no que escreveu, com relação a algum amigo(a) ou amor do passado. O que posso dizer quanto a isso é que se não souberam dar o devido valor a sua amizade ou ao seu amor, é porque certamente estas “infelizes criaturas que parecem ter vindo ao mundo sem o mínimo de sensibilidade” não mereciam nada de bom que viesse de você.

Werden in frieden ... Göttin der schwarze augen.