Uma sábia pessoa escreveu uma vez que a vida sempre nos mostra compensações, basta saber e querer enxergar.
Embora a frase esteja repleta de razão, sei o quanto é difícil esperar por aquele momento pós-tempestade em que os raios de sol voltam a atravessar as nuvens escuras até dissipá-las por completo.
Somos humanos, temos pressa pra tudo. Queremos fazer o que é possível antes que a água potável acabe no planeta. Antes que os desastres naturais reduzam a população mundial pela metade e que os políticos corruptos levem o pouco que conquistamos.
Temos pressa porque não sabemos o dia de amanhã.
Não temos ideia se na semana que vem teremos a oportunidade de dizer o que pensamos pra quem realmente importa. Ou se antes de acabar o mês vai sobrar dinheiro pra comprar aquele par de sapatos que há tempos você vem namorando...
Pode ser que dê tempo de fazer tudo. Pode ser que não.
O importante é notar que realmente nem tudo são flores, mas também não são espinhos.
Nenhuma noite de choro é mais memorável do que uma de risos, de pequenas surpresas, de aconchego junto à pessoas especiais.
Nenhum momento de solidão é mais precioso do que aquele em que você se aninha nos braços da pessoa amada e o mundo parece parar.
Nenhum estresse é relevante depois que você se pega sorrindo sozinha, cheia de satisfação, porque teve o reconhecimento do seu trabalho.
E as horas que você perdeu olhando pro telefone que não tocou não são como os minutos que você passou "tentando" ouvir aquele amigo querido que ligou da balada, no meio da madrugada, só porque estava tocando a música que você adora.
A vida é assim, cheia de perdas e ganhos...
Às vezes o que parece ser um retrocesso, depois se mostra um grande passo à frente. E a distância, que se mostrava tão doída, transforma os reencontros em grandes momentos - mesmo que cada partida seja cheia de choro e que demore várias horas pra tirar aquele aperto do peito...
Às vezes a vida te leva um amigo. Mas Deus o nomeia como seu Anjo da Guarda.
Às vezes perdemos alguém que amamos muito, e tempos depois somos presenteados com pessoas que nos lembram a todo instante o quanto a nossa existência é importante.
Ora a trilha é de festa (Use Somebody, com Kings of Leon), ora de introspecção (Use Somebody, na versão de Laura Jansen). E desistir de uma coisa não implica que isso será pra sempre (nem significa que você não a queira de volta).
Mas se você começar a contar nos dedos, há muito mais motivos pra brindar do que mágoas pra afogar. E se conseguir analisar com um pouquinho de frieza vai entender que até os momentos ruins têm seu lado bom, porque aumentam nosso aprendizado e fazem com que nos tornemos pessoas melhores.
No final das contas, até os dias de tempestade têm seu encanto... Basta saber e querer enxergar...
Seja bem-vindo!
Toda postagem tem um link de acesso à música a que me refiro, é só clicar. Assim você desfruta do texto acompanhado da trilha... Curta o momento!
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Um comentário:
Boa noite, Patricia!
Há tempos que procuro um tempo para comentar aqui. Chega a ser engraçado como somos tão escravos do trabalho a ponto de abrirmos mão de muitas coisas pessoais... E o pior é que não somos reconhecidos por isso...
Mas não vim aqui para reclamar! Resolvi dedicar esse tempo para agradecer. Agradecer por todos estes ensinamentos que você escreve mensalmente!
Suas palavras sempre possuem verdades. Verdades que devem ser ditas. Algumas até dóem...
Uma frase que me chamou bastante atenção foi: "E se conseguir analisar com um pouquinho de frieza vai entender que até os momentos ruins têm seu lado bom"... Achei fantástica esta frase!! O problema é que, quando passamos por um momento ruim, não conseguimos analisar com frieza. É neste ponto onde precisamos dos verdadeiros amigos para realizar tal analise e "enfiar" em nossas cabeças o "outro lado da moeda".
Já escutei de dois amigos o quão burro eu fui ao deixar de fazer algo, e já tive a oportunidade de retribuir tal ajuda (toda crítica construtiva é benvinda). E, cá entre nós, isso só fortaleceu ainda mais a amizade!
O problema é que muitas pessoas costumam interpretar as "críticas" como sendo apenas picuinha.
O caminho para se chegar a essa auto "análise com um pouquinho de frieza" é bem longo. Confesso que em alguns momentos é bem difícil pensar assim. Só consigo ver o lado bom após alguns dias ou semanas, para não dizer meses...
Muito obrigado por compartilhar sua experiência nestes belos textos!
Abraços.
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