É... é a busca que nos move! Aquela seta imaginária que insiste em apontar pra um objetivo. Queremos sempre mais! Somos gulosos, anseiamos por aquilo que nem sabemos se vai nos cair bem.
O problema é que a busca é tão importante quanto traiçoeira... às vezes nos cega a ponto de não enxergarmos que aquele tortuoso caminho pode nos levar a um abismo e não ao topo da montanha.
E o pior: quanto mais desejamos entrar nela pra provar que somos capazes de dominá-la ao traçar nossas próprias rotas, menos conseguimos chegar ao destino final.
Parece que é mesmo como dizem por aí: basta querer muito uma coisa pra distanciá-la cada vez mais de nossas vidas.
Ironia? Como sempre...
Quando somos pequenos lidamos bem com tudo isso. Afinal de contas, não é uma grande frustração perceber que a tão esperada figurinha que completará o álbum não veio naquele pequeno pacote.
Na vida adulta as coisas são bem diferentes. As frustrações têm dimensões astronômicas e um objetivo não atingido - por mais simples que seja - pode se tornar um terremoto de grandes proporções pra corações que já estão abalados.
Não obter aquilo que sonhamos e idealizamos com o carinho de quem lapida um diamante pode trazer consequências arrebatadoras.
Não é como ter que esperar por aquele celular de última geração que continua em falta no site que está com preço bom... Não!
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Ver de longe e não alcançar aquilo que tanto buscamos é como ouvir uma música doída como With or Without, na versão do Vitamin String Quartet e mesmo sem os vocais entender como aquela verdade da letra nos atinge.
Buscamos o tempo todo. Insistimos em erros. O tempo passa, mas alguns sonhos permanecem os mesmos...
No fundo, no fundo, a grande maioria das pessoas só deseja algo que parece simples pra quem está em outra esfera, mas é cada vez mais inatingível pros meros mortais: queremos o que não podemos ter, não nos afeiçoamos a quem comeria meio caminhão de esterco por nossa causa... Tentamos provar à noite coisas que não farão a menor diferença quando o dia amanhecer. Damos exagerado valor pra quem não merece nem uma lágrima.
Conquistamos grandes glórias, é verdade também... Brindamos muitos sucessos...
Mas aquilo que mais desejamos, o amor, continua lá... naquele angustiante montante dos itens indisponíveis no momento.