Não foi o sorriso, porque ele não parece tanto assim com aqueles de propaganda de creme dental.
Não foram os olhos claros, porque eles não são azuis como águas-marinhas, nem verdes como esmeraldas - embora sejam pequeninos e vesguinhos por vezes, o que lhes dá ainda mais charme.
Também não foi o porte atlético - porque uns centímetros à mais na altura casariam melhor com os meus saltos.
Nem foi a atitude, porque sempre senti falta dela...
E muito menos a sensibilidade, porque todo príncipe sabe bem encarnar um sapo-boi de vez em quando.
Talvez tenham sido as covinhas que deixam transparecer aquele jeito de menino que eu adoro.
O cárater forte, a vontade sem limites de ser bem sucedido, a risada gostosa quando falávamos besteira.
Talvez sim, o porte atlético, os olhos azuis, o sorriso de parar o trânsito.
O encantamento que eu sentia pelo seu talento musical... na escrita... para projetos criativos.
Talvez tenha sido a paz que me envolvia toda vez que eu ficava no silêncio da tua companhia.
Ou os elogios que vinham pra minha comida.
Os episódios na estrada, as noites inesquecíveis, as tardes no sofá, as partidas de vídeo-game, os amassos no cinema, o jeito meigo com que você mexia no meu cabelo.
Certamente foram os muitos momentos que ficaram cunhados na parte mais nobre do meu corpo e do meu pensamento.
Os olhares cheios de amor e admiração.
As cenas que não foram fotografadas mas que estão emolduradas na minha cabeça...
Poucas pessoas sabem explicar que motivos nos levam a amar outro alguém. Afinal, cada um tem seu próprio encanto, suas qualidades e defeitos.
Pode ser a possibilidade de ter o mundo com aquela pessoa (nem que seja dentro de um único cômodo), ou as imagens que se projetam quando você pensa como quer estar daqui a alguns anos.
Pode ser uma lista imensa de fatores, ou alguns poucos que se encaixam nos dedos de uma mão.
A verdade é que muitas linhas podem ser escritas para justificar o amor. Mas quando é preciso explicar um adeus, ninguém parece estar literariamente preparado...
Não há palavras, pontos e vírgulas que consigam traduzir aquele vazio que se instala. As dúvidas que surgem, o arrependimento e a culpa que podem ou não existir.
Não há lágrimas suficientes que possam lavar a mágoa que preenche seus dias.
Em Someone like you, a belíssima voz da cantora Adele sugere uma explicação para o infortúnio dos relacionamentos: "às vezes o amor dura, às vezes fere ao invés disso". Quem dera fosse simples assim...
O problema é que enquanto você tenta explicar pra si mesmo os motivos que culminaram naquela situação e insiste em colocar vírgulas onde só cabem pontos finais, a vida passa, outras pessoas passam e tudo aquilo que ficou pra trás vira apenas um desfecho infeliz pra mais uma história que - apesar de você não aceitar - terminou.
E aí você se pergunta: valeu a pena tudo aquilo? A entrega compensou a desilusão?
Então você pondera e lembrando de todos aqueles momentos em que foi plenamente feliz, você consegue sozinho, chegar à resposta: encontrar motivos pra amar alguém e deixar que o outro enxergue isso em você ainda é, apesar de tudo, infinitamente melhor do que não ter nada para oferecer.
Seja bem-vindo!
Toda postagem tem um link de acesso à música a que me refiro, é só clicar. Assim você desfruta do texto acompanhado da trilha... Curta o momento!
sábado, 7 de maio de 2011
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